Gregório de Matos
Gregório de Matos certamente é um dos maiores nomes na literatura barroca do Brasil. Suas obras eram extremamente ricas em sarcasmo, e era notável a expressão da Bahia como total irreverência.
Gregório de Matos foi um poeta expressivo durante o Barroco brasileiro. Ele não deixou de lado uma série de sentimentos e de satisfações mundanas, sempre referenciando em seus poemas a paixão dos humanos, a religião, a própria reflexão filosófica e a natureza.
Sendo assim, no momento de separar as principais obras do autor, elas foram divididas em três diferenciadas temáticas: a amorosa, a lírica e religiosa, e também a filosófica.
Lírica amorosa
A lírica amorosa de Gregório de Matos na época do Barroco, certamente, marca uma dualidade, que ocorre entre o nosso espírito e o nosso corpo (ou melhor, a carne). Assim, os seus poemas expressavam a dualidade entre um e outro, que entravam em conflito no espírito ocasionado, principalmente, pelos nossos sentimentos de culpa.
O amor platônico, a obscenidade de um amor essencialmente carnal, o sentimento contemplativo relacionado à arte de amar sempre chegavam então ao conflito que ocorria entre o espírito e a carne do indivíduo.
Lírica religiosa
A lírica religiosa, por sua vez, foi a que mais se destacou no barroco de Gregório de Matos. Entre as principais inspirações do autor, ou melhor, os temas explorados, devemos destacar a relação do humano com o pecado, com o amor dos humanos dedicados a Deus e o próprio arrependimento.
O autor teve poemas muito marcantes na lírica religiosa, principalmente quando exaltava a insignificância dos humanos em relação ao nosso Deus, assim como a busca excessiva por perdão, mesmo quando sabemos que estamos errados, expressando também a consciência humana de pecador.
Desta forma, era comum que todos esses conceitos serem expressos juntos em um mesmo poema, o que muitas vezes causava dúvida e alvoroço, principalmente por parte dos grandes religiosos da época.
Lírica filosófica
A lírica filosófica, por sua vez, é onde o autor tornava claras todas as suas dúvidas e questionamentos acerca do mundo. Entre as principais referências utilizadas, é preciso enfatizar a desordem, a baderna e a loucura do nosso mundo e também as desilusões, os medos e a confusão do imaginário com a realidade dos seres humanos.
É nesse momento que todo o pessimismo, a própria angústia que cerca o mundo e, consequentemente, a mente de Gregório de Matos, são expressados. As incertezas, a fugacidade do nosso espaço-tempo e os demais desconcertos e dúvidas acerca do mundo são consideradas nesse modelo de poesia.
“O boca do Inferno” uma de suas grandes obras.
Ana Clara Galazzi da Silva