Lorena Colombo
Este, Senhor, que fiz leve instrumento
Para pesar o sol a qualquer hora,
Dedico a aquele Sol, a cuja aurora
Já destinam dous mundos rendimento.
Desta minha humildade, e desalento,
Que a sua quarta esfera não ignora,
subindo a oitavo céu, pertende agora
A estrela achar no vosso firmamento.
Eu, que outro sol no seu zenith pondero
Aos do Nascido Soberanos Raios,
Pesando-me eu a mim me desespero.
Mas vós, Águia Real, esses ensaios
Entre os vossos levai, pois considero,
Que nunca em tanta sombra houve desmaios.
(Gregório de Matos)
O poema faz claras referências à dualidade de dia e noite, céu e terra, e também ao desespero da vida humana.
ResponderExcluirOdara
Gregório de Matos foi um dos principais autores do período, e utilizava de diversos aspectos do mesmo, como a antítese, jogo de palavras e linguagem rebuscada, que podem ser notados no poema.
ResponderExcluirMuito bom o poema! Gregório de Matos era um cara que realmente sabia como jogar com as palavras e construir obras tão belas.
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