quarta-feira, 16 de novembro de 2016

                                                    Gregório de Matos 
Gregório de Matos certamente é um dos maiores nomes na literatura barroca do Brasil. Suas obras eram extremamente ricas em sarcasmo, e era notável a expressão da Bahia como total irreverência. 
Gregório de Matos foi um poeta expressivo durante o Barroco brasileiro. Ele não deixou de lado uma série de sentimentos e de satisfações mundanas, sempre referenciando em seus poemas a paixão dos humanos, a religião, a própria reflexão filosófica e a natureza. 
Sendo assim, no momento de separar as principais obras do autor, elas foram divididas em três diferenciadas temáticas: a amorosa, a lírica e religiosa, e também a filosófica.
Lírica amorosa 
A lírica amorosa de Gregório de Matos na época do Barroco, certamente, marca uma dualidade, que ocorre entre o nosso espírito e o nosso corpo (ou melhor, a carne). Assim, os seus poemas expressavam a dualidade entre um e outro, que entravam em conflito no espírito ocasionado, principalmente, pelos nossos sentimentos de culpa. 
O amor platônico, a obscenidade de um amor essencialmente carnal, o sentimento contemplativo relacionado à arte de amar sempre chegavam então ao conflito que ocorria entre o espírito e a carne do indivíduo. 
Lírica religiosa
A lírica religiosa, por sua vez, foi a que mais se destacou no barroco de Gregório de Matos. Entre as principais inspirações do autor, ou melhor, os temas explorados, devemos destacar a relação do humano com o pecado, com o amor dos humanos dedicados a Deus e o próprio arrependimento.
O autor teve poemas muito marcantes na lírica religiosa, principalmente quando exaltava a insignificância dos humanos em relação ao nosso Deus, assim como a busca excessiva por perdão, mesmo quando sabemos que estamos errados, expressando também a consciência humana de pecador. 
Desta forma, era comum que todos esses conceitos serem expressos juntos em um mesmo poema, o que muitas vezes causava dúvida e alvoroço, principalmente por parte dos grandes religiosos da época.
Lírica filosófica
A lírica filosófica, por sua vez, é onde o autor tornava claras todas as suas dúvidas e questionamentos acerca do mundo. Entre as principais referências utilizadas, é preciso enfatizar a desordem, a baderna e a loucura do nosso mundo e também as desilusões, os medos e a confusão do imaginário com a realidade dos seres humanos. 
É nesse momento que todo o pessimismo, a própria angústia que cerca o mundo e, consequentemente, a mente de Gregório de Matos, são expressados. As incertezas, a fugacidade do nosso espaço-tempo e os demais desconcertos e dúvidas acerca do mundo são consideradas nesse modelo de poesia.
“O boca do Inferno” uma de suas grandes obras. 

Ana Clara Galazzi da Silva

quarta-feira, 9 de novembro de 2016


No barroco, o pensamento do homem era dominado por questionamentos, impulsionados por filosofias humanistas, das quais, contrastam com a sociedade medieval (teocentrista) que antecede a época.
A Reforma e a Contra reforma são movimentos que trazem novas ideologias, portanto mexem com o modo de pensar presente até então.
Essas dualidades e incertezas entre o divino e humano,fé e razão são refletidas na arte da época.


Leandra Pereira Colombo
O Barroco só veio a alcançar sua plenitude no Brasil a partir do séc. XVIII, perdurando até meados do séc. XIX. Trazido à colônia pelos jesuítas, com intuito didático e moral, estava, em princípio, associado à Igreja. Mas depois, foi libertando-se da influência européia e assumindo características próprias, sendo, por isso, considerado pela crítica o primeiro estilo artístico e literário do Brasil, embora ainda frágil, preso aos modelos portugueses e a uma elite muito pequena. Nas artes plásticas, concentrou-se em Minas Gerais, onde havia riqueza e maior desenvolvimento. Seu maior representante e responsável pelo ápice do Barro no Brasil foi Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Lorena Colombo

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O Barroco, foi um movimento artístico e filosófico. Esse termo (Barroco) refere-se a palavra homónima, da qual possui o significado de ''pérola imperfeita'' ou ''jóia falsa''.
O movimento é altamente influenciado pela passionalidade (ou seja, motivado pelo sentimento da paixão) e religiosidade''.
Mais tarde, no Brasil, essa arte serviu além da decoração de igrejas, para facilitar a doutrina católica.
Na decoração (arquitetura) se destacam várias igrejas do país, como por exemplo as mencionadas a baixo:
Igreja de São Francisco em Salvador

Igreja de Santo Antônio em Cairu

   Leandra Pereira Colombo




Manuel Botelho

Manuel Botelho (1636-1711) foi poeta brasileiro. Participou do Movimento Barroco. Foi o primeiro brasileiro a publicar versos. Foi também advogado e político.
Manuel Botelho de Oliveira participou do movimento literário em que predominaram ou o exagero no culto da forma, ou o exagero no campo das idéias. Em grande parte dos textos barrocos predomina o culto da forma, através do abuso de figuras de estilo. Metáforas, antíteses e hipérboles estão presentes em quase todas as páginas do barroco.
Em 1705, publicou em Lisboa seu livro, "Música do Parnaso", que reunia produção poética em português, castelhano, italiano e latim, e duas comédias em espanhol.

Um exemplo de produção do seu livro - versão em português.

A  MORTE DO PADRE VIEIRA

Fostes, Vieira, engenho tão subido,
Tão singular, e tão avantajado,
Que nunca sereis mais de outro imitado
Bem que sejais de todos aplaudido.
Nas sacras Escrituras embebido,
Qual Agostinho, fostes celebrado;
Ele de África assombro venerado,
Vós da Europa portento esclarecido.
Morrestes; porém não; que ao mundo atroa
Vossa pena, que aplausos multiplica,
Com que de eterna vida vos coroa;
E quando imortalmente se publica,
Em cada rasgo seu a fama voa,
Em cada seu uma alma fica.

MÚSICA DO PARNASO (1705)
Ana Clara Galazzi da Silva


Lorena Colombo

Este, Senhor, que fiz leve instrumento 
Para pesar o sol a qualquer hora, 
Dedico a aquele Sol, a cuja aurora 
Já destinam dous mundos rendimento. 


Desta minha humildade, e desalento, 
Que a sua quarta esfera não ignora, 
subindo a oitavo céu, pertende agora 
A estrela achar no vosso firmamento. 


Eu, que outro sol no seu zenith pondero 
Aos do Nascido Soberanos Raios, 
Pesando-me eu a mim me desespero. 


Mas vós, Águia Real, esses ensaios 
Entre os vossos levai, pois considero, 
Que nunca em tanta sombra houve desmaios.

                 (Gregório de Matos)